quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mulher

Você quer me ver?
Encontre-me às três da tarde!
Mas venha com um sorriso nos lábios
De preferência da cor de cereja madura.
Solte os cabelos!
Tire as sandálias!
Venha com aquela saia que gosto tanto!
Venha inteira, radiante
Venha, mulher!!!
O que há comigo?
O que falta em mim?
Serei eu tão errada que eu hão perceba?

Guerrear, ser guerreira... Como se faz?
É só empunhar a espada e dar um grito?
Como demonstrar esse meu grito, se não grito?

Queria dizer ao mundo que estou viva!
(E estou mesmo)
E essa força que esperam tanto de mim!!!!!
De onde posso tirar?


Sofro!
Pois faço sofrer!
Todas as emoções estão dentro de mim!
Tenho que torna-las visíveis

Só assim deixarás de sofrer!.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

INDIGNAÇÃO!!!

Artigo sobre o BBB* – Luís Fernando Veríssimo

Publicado a 24 Janeiro 2011 por Vitalves
Artigo sobre o BBB* – Luís Fernando Veríssimo
Artigo sobre o BBB* – Luís Fernando Veríssimo
big brother Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Obs.: BBB* - Big Brother Brasil

( Luís Fernando Veríssimo )
www.vitalves.com | Textos e Contextos, Frases e Fases...

sábado, 19 de novembro de 2011

A minha amiga Kátia

Conheci-a tinha apenas 15 anos.  Uma menina alegre, tímida, introvertida; mas estava à procura.  Ainda bem que senti seu espírito de procura e me empenhei:

Dizia-lhe leia isso; ela lia.  Ouça isso, ela ouvia.  Veja esse filme ou aquele outro filme.  Ela via e anotava tudo. Tudo! Seu caderninho ficava cheio de titulos de filmes ou livros que ainda leria ou veria.  Isso me empolgava.  Tudo era feito com muita discrição de sua parte e da minha também. 

Em mim não havia nenhuma intenção de Pigmaleão, não, apenas o desejo de ver uma menina com vontade de saber, de conhecer.

Depois vieram as conversas.  Todos os tipos de conversas, das filosóficas, sobre sexo, política, até fofocas saudáveis.

Assim a menina crescia.  Acredito que sua escolha pelo estudo da História tenha um pouquinho do meu dedo.  Legal!

A moça crescia alegre, sorridente e feliz.

Durante a faculdade era maravilhoso vê-la entusiasmada com os conhecimentos que adquiria. 

Nesse momento começou a fase das trocas.  Agora era ela que me dizia: Leia isso, veja isso, ouça isso e eu lia, via e ouvia tudo.  Até em algumas aulas fui como ouvinte para ver esse ou aquele professor que ela achava o máximo.  Lembro-me do Mariela e do Edson, seus professores queridos.

As conversas não paravam.  Muitas vezes, em várias ocasiões, foi responsável por conselhos sábios, que pus em prática, claro.

Hoje, no Mestrado, brilha, reluzente, alegre, jovial, independente e cheia de sabedoria.

Cresça moça!  Cresça mulher! Cresça menina!  O mundo está todo aí, pronto para ser explorado e conquistado.

Faça do seu estudo, sua bandeira!
Existem mil vozes negras implorando para falar.  Ouça-lhes!
Existem mil corpos negros de meninos e meninas implorando a sua existência.  Mostre-lhes que é possível!

Cresça sim, sempre e sem deixar de ser essa menina, moça e mulher doce, séria, justa e alegre.

Kátia, queria escrever tudo que vem no meu coração, mas não consigo - as lágrimas atrapalham!
São lágrimas de quem está na torcida e também de saudades, por que não?

A vida segue em frente, os focos mudam, os caminhos são diversos e mesmo que a vida nos afaste por esse ou aquele motivo, comuns a quem está vivendo e procurando, fique com a certeza que um pedaço de mim estará sempre contigo.

sábado, 1 de outubro de 2011

A casa dos Saberes

A casa dos saberes

As chaves fecham e abrem o livre desejar,
As cortinas sabem de desejos
que eu nunca pensei em contar.


Livros da estante acusam de não terem sido lidos,
As gavetas denunciam passados mantidos,
O guarda-roupa me alerta que há sentimentos a serem vestidos.


No banho, a água me bebe
E percebe
A agonia de problemas não resolvidos,
O fogão aquece sonhos perdidos,
A geladeira mantém pensamentos esquecidos.


Nos lençóis, repousam milagres abandonados,
O alarme desperta medos silenciados.


Os cd's entoam a voz da consciência,
O sofá senta as decisões com veemência.


Sob a mesa, estão contas vencidas de um futuro incerto
As janelas refletem a sombra do amor, que de perto,
Clama a paixão prometida.
A porta vigia a busca da solução, da melhor saída.


O ventilador refresca idéias inutilizadas,
A tv apresenta vontades acabadas.


O rádio narra notícias distantes do vizinho ao lado
A cama inflama e procura o corpo do amado.
Poesia de KÁTIA GOMES (minha amiga)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Príncipe!

Muitos textos, poemas e poesias, normalmente feito por nós, mulheres, iniciam-se quase sempre com indagações, do tipo: Quando chegará o amor? Como será esse amor? Será o derradeiro amor? E é claro que esse amor é sempre idealizado como nos antigos contos de fada: Ele é belo, íntegro, másculo; um principe encantado.

Eu também tive meus principes, que virava e mexia se transformavam em verdadeiros sapos.  Um horror!

Porém acabei por encontrar o meu príncipe.  Chegou sem nenhuma pompa ou garbo.  Não houve carruagem, nem me jurou amor eterno.  Simplesmente aconteceu!

Nada assim também tão simplesmente.  Houve algumas batalhas, que foram travadas, espada a espada, mas vencemos todas.  A mais importante foi a de onde morar?  Morar fora do Rio de Janeiro foi a mais estressante batalha.  Meu Rio de Janeiro tão lindo, tão castigado, tão perfeito, tão imperfeito!!!

Enfim fomos para o interior do Rio de Janeiro.  Ah! o interior é tudo!  Aí o casamento ficou perfeito, ou quase, por que nada é perfeito.  Perfeito?

Hoje "sem medo de errar" e "dando minha cara à tapa", digo a vocês, meus leitores, que o meu principe é o meu parceiro, é o meu amante e é o meu amor.