quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aos meus pais

Meu pai
Musica, discos de vinil
Fusas e semi fusas
Mínimas e seminimas
Colcheias e semi colcheias
Ensaios,...gravações...

Minha mãe
Trabalho,
Crianças,
Cheiros de comida na cozinha
Muita conversa,
Muito amor.

Meu pai
Austeridade,
Generosidade,
Disciplina.

Minha mãe
Sabedoria,
Serenidade,
Sagacidade.

Meu pai
Brincadeiras...
Homenzinho de dedo,
Carrinho com a mão,
Piquenique na cachoeira,
Pão com mortadela e limonada.

Minha mãe
Bolo assando no forno,
Doce de leite na colher,
Risos e choros,
Nota vermelha,
Taboada cantada,
Reprovação,
Aprovação,
Suavidade.

Meu pai
Cansaço,
Doenças,
Remédios,
Velhice.

Minha mãe
Cansaço.
Doenças,
Remédios,
Velhice.

Meu pai
Amor da minha vida.

Minha mãe
Amor da minha vida.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Eu, a rede e meu jardim

Deitada vejo-te soberbo,
Soberano.
Ao mesmo tempo
Simples,
Singelo.
Faz frio.
As plantas vão e vêm
Como uma dança harmoniosa
A lua grande e luminosa
Ora aparece, ora desaparece
Sobre os galhos, entre as nuvens.
Tudo é calmo
Somente eu e você
O barulho da ruela
O vai e vem
Crescendo e diminuindo
Eu inteira em você.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PONTUAL
         PONTUALIDADE
                          PONTEIROS
                                      PREGUIÇA
                                                  PONTO FINAL!

SIMPLES DEMAIS

Há vezes que acho minhas poesias
Simples demais
Pouco rebuscadas
Fáceis... Diretas...
Gostaria do entre linhas
Do prolixo
Da antítese
Da metáfora,
Da metonímia
Doces figuras lingüísticas!
Mas deixe estar
Pois nas simples palavras
Pode-se enxergar
Minha própria alma
O meu coração.

S A U L O

Quando te vi pela primeira vez
Não senti teu cheiro
Eras tu tão pequeno...tão inerte!

Um dia...
Um dia comum de todo dia
Um estampido lá fora ouvistes
Deu-se, então o momento químico
Dos encontros

Nós dois choramos
Tu pela vida que chegava
Eu, pelo amor profundo que senti
Outro dia li uma poesia
Que dizia das saudade
Dos tempos que não foram vividos
Das musicas que não foram ouvidas
Dos amores que não foram amados.

Eu vivi esse tempo
Eu ouvi essas musicas
Eu amei os amores

Porém ainda sinto saudades
Dos amores que não amarei
Das musicas que não ouvirei
Dos tempos que não viverei.
Hoje acordei pensando numa canção,
Num tom.
Maior ou menor?
De amor ou de amigo?
Canção com muitas fusas e semi fusas,
Tocadas ao piano.
E eu nem sei tocar!
Uma canção que lembre nossos momentos
Nosso amor
E eu nem te amo mais!
Ai!
Essa saudade que me mata
e me maltrata
Saudades...
Saudades do teu cheiro,
Saudades do teu sussurro,
Saudades da tua barriga calma e suave
Saudades dos enlaces frenéticos de nossas pernas
Dos nossos corpos
Saudade de tua sede
Do teu suor
Do teu sexo
Saudades de nós.
Daí eu disse ao meu coração:
Não me deixe sofrer
Não sofra, disse-me ele
Sofra só um pouquinho
Na medida certa
Para sentir o gostinho
Após, arranje um jeito de sair,
Pular,
Cantar,
Pisar no chão e
Desencanar.